As deformidades congénitas da parede torácica são uma patologia bastante comum na nossa população e cada vez mais valorizada face aos anos passados. A evolução tecnológica e digital permitiu que os jovens pesquisassem e se informassem mais acerca desta patologia, contribuindo para um maior conhecimento da deformidade e do seu tratamento.

Estas deformidades dividem-se geralmente em cinco categorias: Pectus Excavatum, ou peito escavado, Pectus Carinatum, ou peito em quilha, síndrome de Poland, defeitos esternais e deformidades torácicas associadas a doenças esqueléticas sistémicas.

No grupo de deformidades as mais frequentes são o Pectus Excavatum, com uma incidência na população em geral de 1:500, sendo quatro vezes mais frequente no sexo masculino, seguido pelo Pectus Carinatum, com uma incidência quatro vezes inferior. Além disso, existem também alterações mistas combinando caraterísticas de ambas as deformidades mencionadas, podendo ser assimétricas (mais acentuadas numa metade do toráx do que na outra), ou unilaterais (apenas de um lado).

Normalmente, surgem na parte anterior do toráx, onde a estrutura ossificada se prolonga por cartilagem que faz a ligação ao esterno. O arranjo e a distribuição do colagénio na cartilagem costal estão alterados e sofrem um desenvolvimento anormal perante mecanismos de tensão, compressão e flexão, e é esse crescimento profundo que provoca um afundamento da parede anterior (incluindo o esterno) ou projeção da parede, Pectus Excavatum e Pectus Carinatum, respetivamente.

Nos primeiros anos de vida é possível que as deformidades se comecem a manifestar, no entanto, na grande maioria dos casos são detetados durante a adolescência devido a um crescimento mais rápido.

Por vezes, a estas deformidades ósseas da parede torácica, associam-se hipoplasias mamárias (desenvolvimento incompleto de uma mama) do mesmo lado da deformação e, ausência parcial de algumas costelas.

Este grupo de deformidades abrangem todo o tipo de deformidades da parede torácica exceto as da coluna torácica, estas últimas, normalmente, estão associadas a outras alterações da coluna vertebral, como as escolioses e as lordoses, tratadas pela Ortopedia.